sábado, 10 de novembro de 2012

A IMPORTÂNCIA CULTURAL DA IGREJA NA IDADE MÉDIA







A IMPORTÂNCIA CULTURAL DA IGREJA NA IDADE MÉDIA
 
 
A importância cultural da Igreja na Idade Média é tanto mais de assinalar quanto é certo que os nobres de então desdenhavam a cultura. Criaram-se escolas junto das catedrais e, no século XII, surgiram as primeiras universidades (D. Dinis fundou a primeira em Lisboa, em 1290).
As catedrais góticas, talvez a criação mais genial da Idade Média, são cons­truções enormes, com colunas harmoniosas terminadas em arcos em ogiva que sustentam as abóbadas altíssimas, iluminadas por enormes janelas com vitrais policromos. Além duma religiosidade espantosa, as catedrais góticas têm as marcas duma beleza austera e duma elegância inultrapassáveis. Foram erigidas em muitas das grandes cidades europeias, desde o século XII ao século XV e revelam um grande desenvolvimento da arquitetura, da alvenaria e da arte de vidraria. (O nosso mosteiro da Batalha é um modelo da perfeição gótica).
 
 
Vimos que a filosofia platónica serviu de base às intenções apologéticas de santo Agostinho e dos padres da Igreja que se seguiram. S. Tomás de Aquino, no século XIII, teve conhecimento do pensamento de Aristóteles através de filósofos árabes e apercebeu-se que o seu realismo valorizador do homem como um todo (o homem é um animal racional) se ajustava às necessidades de fundamentação da rejeição de certas heresias do seu tempo. Começou a servir-se deste filósofo retorcendo-lhe o pensamento, de acordo com as necessidades das demonstrações teológicas. O pensamento filosófico perdeu assim uma das suas principais características - a autonomia.
 
 
A ciência não se desenvolveu na Idade Média porque se aceitava, ingenuamente, que já se sabia tudo. Aristóteles fizera a síntese dos físicos anteriores, dizia que a terra era imóvel, que todos os astros eram feitos duma substância vítrea e giravam à sua volta (geocentrismo) o que veio a ser confirmado matematicamente, pelo astrónomo Ptolomeu no século lI. A Bíblia sancionava esta teoria evidente.
 
 
Qualquer inovação era remetida para a bruxaria, como acontecia com os alquimistas que se esfalfavam à cata da pedra filosofal, capaz de transformar pedras em ouro. Ainda assim, para evitar a divulgação das heresias que nasciam como cogumelos, a Igreja criou a Inquisição no século XII, (uma das maiores nódoas da sua história), que se manteve ativa, na punição violenta dos dissidentes, em várias nações europeias, até ao século XVIII.
Só a matemática continuava a desenvolver-se tranquila e inofensiva, por ser uma ciência especulativa.
 
 


 

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