A REVOLUÇÃO FRANCESA
VOLTAIRE, ROUSSEAU, MONTESQUIEU – SINTESE DO IDEÁRIO DA REVOLUÇÃO:
LIBERDADE, IGUALDADE E FRATERNIDADE
Houve três
pensadores franceses que se notabilizaram na luta contra esta situação e deram
um contributo ideológico, importantíssimo para minar as estruturas anacrónicas
do absolutismo. Voltaire (1694-1778),
desmontou o orgulho racionalista, e a hipocrisia absolutista em obras de grande
valor literário. Dotado de grande clareza e ironia mordaz, analisa a alma
humana que considera mais dependente dos sentimentos e dos condicionalismos
sociais que da sã razão. O seu pequeno livro, Cândido, defende de modo aliciante a tese de que a vida humana
depende das fatalidades, da sorte e das incoerências do destino - tantas vezes
cego e indiferente aos que se comportam de acordo com as prescrições da moral.
Rousseau (1812-1867) dessacraliza a
origem divina do poder e defende que a bondade natural do homem foi corrompida
pela sociedade. O «bom selvagem», (personalizado no Emílio) é livre como o vento e ao decidir viver em sociedade
celebra um contrato com esta, abdicando de parte da sua liberdade por troca
dalguma segurança pessoal e dos seus bens.
Montesquieu (1689-1755) celebrizou-se
pela sua obra Espirito das Leis, onde
defende a divisão dos três poderes, por organismos autónomos e independentes:
legislativo - que deve resultar da ampla discussão das leis em Assembleia;
executivo - que deve incrementar a governação na fidelidade ao que está
legislado; judicial - a que cabe dirimir os conflitos, no respeito pela lei.
A síntese do
ideário da Revolução - Liberdade, Igualdade e Fraternidade - baseia-se nestes três pensadores.
A revolta
estendeu-se, como um incêndio incontrolável, a toda de França, que atravessou
um período muito conturbado, conhecendo até alguns anos de regime do Terror.
De início, o
povo teve um papel preponderante na revolução. Depois, como sempre, seria
apenas o testa de ferro da burguesia que, assim, conseguiu adicionar o poder
político ao poder económico.
A Revolução
Francesa marca o fim do Ancien Régime,
que ainda tinha as marcas vincados da Idade Média nas divisão da sociedade em
hierarquias estratificadas e com o poder do rei a provir diretamente de Deus.
Um dos melhores frutos da Revolução foi a Declaração
dos Direitos do Homem e do Cidadão.
O espírito
revolucionário espalhou-se por todas as nações da Europa, onde o absolutismo
dominava. Portugal apenas conheceu a sua revolução liberal, limitadora do poder
real, em 1820, apesar do rei, D. João VI, estar no exílio dourado no Brasil
desde 1807, fugindo das Invasões napoleónicas.
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