CIENCIA MODERNA E
CONTEMPORANEA
O contributo
de Galileu (Século XVII) para a formação da Ciência Moderna tornou-se
fundamental em vários aspetos, muitos dos quais continuam válidos na ciência
atual
A matematização dá um rigor tal à ciência que todas as leis
científicas passaram a ter uma formulação matemática. Durante os séculos XVII e
XVIII são as ciências exatas como a Física e a Química a matematizar-se. No
século XIX também as ciências humanas querem adotar fundamentos matemáticos.
Por exemplo, a psicologia behaviorista de Watson para tornar-se ciência, teve
de recorrer a invenção de fórmulas matemáticas.
A descoberta de uma Lei corresponde
ao encontro do modo como Deus arquitetou o Universo. A Lei dá à ciência uma exatidão inultrapassável por qualquer outro
domínio do conhecimento.
Os conflitos desta ciência rigorosa com o senso comum ou com as
crenças religiosas são sempre resolvidos de modo favorável à ciência. A Igreja
assumiu o princípio de que os dogmas de fé, apesar de não serem racionalmente
compreendidos, não podem contradizer a racionalidade científica.
O princípio de causalidade aristotélico, "não há efeito sem
causa" tornou-se mais radical na ciência: "não há efeito sem
causa e postas as mesmas causas seguem-se necessariamente, os mesmos efeitos ".
Adquire-se assim, a garantia de que, se pretendermos produzir um determinado
efeito, basta colocar o conjunto de causas adequadas.
Esta racionalidade da ciência continua a ser, ainda hoje, essencial
e indispensável.
A técnica, para evoluir, aproveita-se dos conhecimentos
científicos. A ciência, para investigar, precisa cada vez mais dos meios
técnicos. Veja-se, por exemplo, o que aconteceu no campo da Eletricidade. A
descoberta laboratorial desta forma de energia foi uma curiosidade que deu os
frutos técnicos que Edison e outros transformaram na espantosa utilização que
constitui hoje a energia elétrica.
A evolução da Física dos grandes fenómenos para a Microfisica
(descoberta e estudo do átomo) aponta também para uma ciência incapaz de
determinar, com rigor, leis para os fenómenos. O mais que se pode garantir são hipóteses
prováveis, mas sempre dependentes do indeterminismo. Deixa de ser possível
formular leis. Atendendo a que o cientista nunca pode garantir que conhece
todas as causas dos fenómenos, tem de contentar-se em formular teorias que são
a explicação mais provável para o fenómeno, servindo-se dos conhecimentos da
sua época. Mas, por mais elevada que seja esta probabilidade, é sempre
possível, com o evoluir da ciência e da técnica, acontecer a surpresa de novas
descobertas, que vão implicar mudança na teoria. Esta situação verifica-se com
frequência no campo da Farmacologia, onde um determinado medicamento,
considerado eficaz para milhões de tomadores, acaba por ser retirado do mercado
por causa de surgirem efeitos nocivos, inicialmente imprevistos. A
impossibilidade do conhecimento de todas as causas dos fenómenos toma a ciência
revisível. Uma teoria mantém-se válida enquanto não houver demonstrações que a
contrariem. Tal situação resulta da evolução científica e tecnológica.
A causalidade científica perde assim o caráter determinista herdado
da Ciência Moderna (séculos XVII - XIX) e dá lugar ao indeterminismo
probabilístico.
Vejamos o que aconteceu no campo da Física. No início do século XX,
estudavam-se os grandes fenómenos observados a olho nu, ou com auxílio do
telescópio. Depois dos fenómenos serem submetidos à análise laboratorial e à
matematização, podia inferir-se uma nova lei. Mas, a descoberta de substâncias
radioativas veio abalar o princípio aristotélico de que as substâncias físicas
eram inertes. Tais descobertas não destruíram logo o paradigma da Física
Clássica. Foi o surgir das teorias dissidentes de Einstein, de Max-Planck, de
Heisemberg, do casal Curie e outros, que provocou a sua destruição. No entanto,
foi já perto de meados do século XX que se impôs o novo paradigma da Física
atual, a que podemos chamar Microfísica
Sem comentários:
Enviar um comentário