A REVOLUÇÃO INDUSTRIAL
A Inglaterra foi
o palco das maiores transformações nos meios de produção, a partir de meados do
século XVIII. Tudo começara com as trocas comerciais com as colónias inglesas,
já no século anterior. As matérias-primas eram submetidas a transformações em unidades
industriais situadas junto dos grandes rios, para aproveitar a força motriz da
água. A revolução industrial alargou-se à França, à Alemanha, aos EUA e ao
Japão, ainda no século XIX. Portugal conheceu alguma industrialização junto das
principais cidades, em boa parte por influência dos ingleses que por cá tinham
ficado, após as invasões francesas no início do século XIX.
Com a descoberta
da máquina a vapor, em 1777, a indústria libertou-se e expandiu-se de modo
imparável. Construíram-se grandes fábricas nos arredores das cidades que
atraíam multidões de operários, muitos deles vindos dos campos, onde a
agricultura mal oferecia a subsistência. O carvão, combustível tradicional,
começou a ter uma grande procura, o que levou à sua exploração mineira.
Em 1859,
descobriu-se na Pensilvânia (EUA), um líquido espesso que ardia facilmente -
era o petróleo. A pouco e pouco, este combustível fóssil tornou-se a principal
fonte de energia industrial até aos nossos dias. A partir de então, é costume
falar-se da 2ª revolução industrial
com grandes unidades industriais siderúrgicas a produzirem ferro e aço para
responderam às exigências dos meios de transportes barcos de grande calado e
comboios com uma rede de caminhos de ferro a ligar rapidamente, cidades
distantes. Novas descobertas científicas, como a da eletricidade, impulsionaram
mais e mais o desenvolvimento que não diminuiu, mesmo em épocas de crise
económica, como a da grande recessão e nas duas guerras mundiais do século XX.
A ideologia
dominante da Revolução industrial era o liberalismo, na fidelidade ao ideário
francês. O burguês, dono da fábrica, propunha aos operários, livremente um
horário de trabalho (por vezes de mais de 15 horas diárias) com salário magro
oferecido livremente. Se o operário aceitasse as condições que lhe eram
oferecidas não se beliscava o ideal de liberdade da Revolução. Foi sempre fácil
aos poderosos inventar sofismas para justificar seja o que for.
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