sábado, 10 de novembro de 2012

DO ABSOLUTISMO AO ILUMINISMO






DO ABSOLUTISMO AO ILUMINISMO

 

O absolutismo régio estabeleceu-se na Europa a partir do Renascimento, em consequência do crescente poder real, à custa do enfraquecimento do poder dos senhores feudais. Em Portugal, o absolutismo começou com D. João II (1455-1495) que recorreu a todas as estratégias, desde a introdução da inquisição às queixas dos procuradores dos concelhos, para fortalecer o poder régio e demolir o poder económico e político da casa de Bragança e de muitos outros nobres.

A concentração dos três poderes (Legislativo, executivo e judicial) nas mãos do rei tinha a sanção da Igreja que defendia que todo o poder vem de Deus e, por isso, o rei gozava duma iluminação divina especial, que garantia o acerto de qualquer decisão sua.

Não era difícil prever que tal concentração de poderes desse origem ao despotismo régio. Foram alguns autores iluministas, como Voltaire, Rousseau e Montesquieu, os grandes críticos dos desvios do absolutismo régio e, concomitantemente, ideólogos da Revolução Francesa.

 O Iluminismo foi um movimento cultural que dominou o Ocidente, no século XVIII. A filosofia das Luzes baseava-se no cartesianismo e no valor atribuído à razão (a deusa Razão) como faculdade capaz de atingir a verdade natural e a verdade transcendente, sem precisar da ajuda da fé. O homem atingira, finalmente, a maioridade. O Sol era a imagem preferida pelos iluministas para falarem da razão.

Não deixa, contudo, de ser caricato que o pensamento livre e soberano dos iluministas tenha dado abertura ao absolutismo, uma das maiores aberrações sociais do Ocidente. Kant, apesar de inserido no iluminismo, valorizando a razão como fundamento do conhecimento científico e da moral, demarca, na sua Critica, os limites da razão, incapaz de conhecer as essências das coisas e tudo o que se situa para além do observável. Afinal a deusa Razão tinha pés de barro. O desacordo de Kant com o absolutismo régio revela-se, também, no valor atribuído à autonomia da vontade individual e no entusiasmo com que saudou a Revolução Francesa.

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