sábado, 10 de novembro de 2012

IDADE MÉDIA – (SÉC.V A SÉC. XV –



IDADE MÉDIA – (SÉC.V A SÉC. XV –
 
Foram várias as causas da queda do Império romano: as lutas pelo poder; a extensão imensa do Império, que dificultava a eficaz resolução de revoltas nas Províncias (que já tinham provocado a divisão do Império em dois - o do Ocidente, com sede em Roma e o do Oriente, com se de em Constantinopla); a decadência dos costumes, sobretudo da classe nobre. As invasões dos bárbaros - povos aguerridos vindos do Norte da Europa (germanos, russos, escandinavos) - são apontadas como a causa próxima da queda de Roma, em fins do século V e da desagregação do Império do Ocidente, o que marca o início da Idade Média.
Os diversos povos bárbaros determinados pela sanha do poder e da riqueza, alastraram por todas as Províncias da Europa Ocidental, cometendo as maiores atrocidades. Como o seu nível cultural era significativamente inferior ao dos romanos, deu-se uma grave decadência cultural que ensombrou vários séculos de Idade Média. A maior parte dos chefes bárbaros nem sequer sabiam ler nem manifestavam qualquer interesse em aprender. As suas preocupações esgotavam-se na guerra e nos torneios de cavalaria. A única exceção foi a Igreja que se serviu da sua cultura para influenciar os novos dirigentes que se iam convertendo ao cristianismo.

Os cristãos tinham sido objeto de várias perseguições pelos imperadores romanos. No século IV, o imperador Constantino legalizou a liberdade de culto religioso. No século V, Santo Agostinho, dotado duma inteligência arguta e conhecedor da filosofia de Platão (estudada em Roma), estabeleceu uma estreita relação entre o platonismo e o cristianismo, designadamente no valor atribuído à alma, aprisionada no corpo, o grande responsável por todas as apetências pecaminosas. Esta perspetiva, conjugada com as convulsões políticas resultantes das invasões bárbaras, gerou um movimento, que alastrou a toda a cristandade, de eremitas e ascetas que se isolavam dos prazeres do mundo, vivendo no cimo das montanhas. Construíram-se também grandes conventos, povoados de centenas de monges que se entregavam à oração, ao cultivo das terras, (que lhes eram distribuídas pelos reis), às artes e à cópia de livros antigos, gregos e latinos, salvos da voracidade dos bárbaros, prestando assim, sem o saberem, um inestimável serviço à cultura renascentista e posterior.
Mas os povos não viviam em serena paz. Os muçulmanos (ou árabes, ou sarracenas) discípulos de Maomé (séc. VII), vindos do Médio Oriente, foram conquistando o Norte de África, desorganizado após a queda do Império romano. No início do século VIII, atravessaram o Mediterrâneo e rapidamente tomaram a Península Ibérica, enfraquecida pelas constantes desavenças entre os vários reinos. Ficou apenas um núcleo de resistência nas montanhas das Astúrias (a Norte de Espanha). Aqui se iniciou a longa Reconquista.

Por causa da luta contra os mouros, defendida e abençoada pelos papas (que incentivavam os nobres medievais a participar nas Cruzadas, a fim de libertar os lugares Santos do domínio turco) chegaram ao Condado Portucalense, no início do século XII, vários cavaleiros franceses, entre os quais se contava o conde D. Henrique, a quem o rei de Castela deu em casamento a sua filha D. Teresa e o condado como dote. Deles nasceu O. Afonso Henriques que transformou o condado em reino independente em 1143 - Portugal -, alargando os seus domínios até ao rio Tejo conquistando aos mouros novas terras, com destaque para Lisboa. A tomada definitiva do Algarve só foi conseguida por D. Afonso m em 1249.

A presença dos árabes em Portugal durou cerca de 400 anos e ficou assinalada em muitos vocábulos, frequentemente começados por Al: Algarve, Alzira, alguidar. No entanto, o entrosamento das culturas não chegou a ter a intensidade que acontecera com os romanos.
 
 
 

 
 
                                                                                                                                                     



 

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